HPV – Fimose / Postectomia / Circuncisão a Laser de CO2



Muitas vezes temos apenas o excesso de pele e não temos o anel estrangulando a glande, neste caso temos apenas o excesso de prepúcio.Fimose consiste na dificuldade ou impossibilidade de exposição da glande, pois o prepúcio (excesso de pele que recobre a glande) apresenta um anel fibrótico que impede ou dificulta essa exteriorização.

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O que se sabe?

  1. O excesso de prepúcio com falta de higiene acumula uma secreção (esmégma) que pode predispor ao câncer do pênis.
  2. O excesso de prepúcio e a fimose podem levar a infecções vaginais recorrentes na companheira.
  3. Quem tem fimose e excesso de prepúcio tem mais chance de ter HPV e HIV.
  4. A fimose quando é muito acentuada pode provocar um estrangulamento da glande e necessitar de cirurgia de emergência, é a para fimose.
  5. Balanopostite – que consiste na inflamação do excesso de pele peniana.

O tratamento consiste na remoção deste excesso de prepúcio conhecido como cirurgia para corrigir a fimose, postectomia ou circuncisão.

Essa cirurgia pode ser realizada com anestesia local em adultos e sob anestesia em crianças.

Existe discussão quanto  a idade ideal para realizar esse tipo de intervenção.

São várias as técnicas cirúrgicas, sendo que a incisão geralmente é realizada com bisturi (com ou sem incisão prévia da região subglandar), e, a aproximação da pele com a mucosa pode ser realizada através de sutura com categute (com pontos isolados ou contínuo), com cola, ou através de um anel plástico.

Cada técnica apresenta suas vantagens e desvantagens, maiores ou menores intercorrências e complicações.

A postectomia é um procedimento já bem padronizado com indicações precisas e bons resultados.

O uso do anel para sutura diminui o tempo de cirurgia porém aumenta o número de complicações, principalmente a estenose.

A incisão com a lamina de bisturi é consagrada mundialmente, porém o sangramento da borda sempre é intenso tornando o procedimento menos limpo e demanda um certo tempo na hemostasia.

Por sua vez a hemostasia da borda geralmente é realizada com eletrocautério que pode provocar queimaduras na borda propiciando cicatrização mais demorada, com secreção e às vezes infecção.

A utilização do laser de CO2 proporciona uma incisão precisa com hemostasia da borda, sendo necessária apenas à ligadura de vasos maiores. O tempo cirúrgico pode ser menor, a cirurgia é mais limpa.

A utilização do laser de CO2 para postectomia possibilita uma cirurgia com menos sangramento, uma cirurgia mais limpa, menor trauma tecidual na área da sutura e um melhor aspecto estético .

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WIKSTRÖM et al.(1994) relataram índices de positividade para HPV, em pacientes com e sem balanite, de 56% e 26%, respectivamente. HIPPELÄINEN et al. (1991) encontraram incidência de pacientes HPV-positivos com balanite de 32,6%; COSTA et al. (1992), de 21%; AYNAUD et al. (1994), de 43,7%; STRAND et al. (1993), de 29,2%; MANDAL et al. (1991), de 20%; e VODOPYANOV et al. (1998), de 30%. Os dois últimos trabalhos foram realizados em clínica urológica.JACYNTHO et al. (1989) relataram que a monilíase foi a infecção mais freqüente em seu estudo com 70 homens.

BIRLEY et al. (1994) apresentaram cinco pacientes com balanopostite em quatro dos quais (80%) foi evidenciada presença de DNA do HPV (que era do tipo 6).

Em 1995, WIKSTRÖM publicou outro trabalho em que descreveu a associação entre balanopostite e HPV como uma nova entidade clínica.

A presença de prepúcio proporciona condições de calor e umidade ideais para a proliferação do HPV.

ORIEL constatou que 79% dos homens com verrugas genitais eram não circuncisados e apresentavam lesões mais exuberantes.

CHUANG relatou que, em 71 homens cujas lesões eram na porção distal do pênis, 32% eram não circuncisados.

MAYMON estudou homens circuncisados parceiros de mulheres infectadas por HPV e observaram incidência menor que a descrita em outros trabalhos, sugerindo que a fimose poderia ser um fator predisponente para HPV.

AYNAUD estudou 210 homens e não encontraram diferença significativa na freqüência da infecção pelo HPV em homens circuncisados e não circuncisados (42% e 58%, respectivamente); avaliaram, contudo, apenas o local da lesão. Encontraram, por outro lado, diferença significativa na freqüência de uretrite entre os pacientes circuncisados (19%) e os não circuncisados (34,5%).

Nos quadros abaixo podemos observar que a cirurgia de fimose (postectomia) previne a infecção pelo HPV.

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