HPV e Patologia

O Patologista e a Histologia

Quando analisamos os resultados encontrados na histologia e biologia molecular de uma mesma biópsia observamos que na grande maioria dos estudos os resultados revelam um elevado número de casos com “Alterações sugestivas de infecção pelo HPV” na Histologia, enquanto que uma porcentagem menor confirma o DNA do HPV por algum método de Biologia Molecular (PCR, Hibridização in Situ ou Captura Híbrida).

Acredito que é muito importante a padronização da avaliação histológica para que os resultados encontrados com a Histologia cheguem próximos ao da Biologia Molecular, uma vez que nos serviços públicos e Hospitais Universitários não dispomos dos métodos de Biologia Molecular como rotina.

Atualmente considera-se como característica histológica típica do HPV a “coilocitose e a discariose”.

Coilocitose significa célula abaulada, vacuolizada com núcleos localizados na periferia da célula.

Discariose significa alteração nuclear como núcleo disforme, dividido em duas ou mais partes.

É prudente que todo especialista que atue com esse tipo de infecção tenha contato constante com os profissionais da área de Patologia, pois a troca de informações permite melhores resultados.

A Histologia além de evidenciar alterações indiretas da presença do HPV permite Diagnóstico Diferencial com outras doenças.

O ideal é a realização de biópsia com exame Histológico e pesquisa do DNA do HPV no mesmo material colhido.

Alguns testes são mais sensíveis e específicos que outros, por isso a importância de associá-los.

A sensibilidade de um método consiste na identificação dos pacientes possivelmente infectados. Quanto mais sensível for o método, maior a possibilidade de definir se tem infecção.

A especificidade de um método permite distinguir entre os pacientes suspeitos e aqueles que não têm infecção.

Por exemplo, a Peniscopia tem alta sensibilidade (encontramos muitos casos suspeitos, porém não são todos que tem a infecção), e os métodos de Biologia Molecular tem alta especificidade (permite saber quem tem ou não o DNA do HPV).

Atualmente a melhor maneira de avaliar um homem com suspeita de HPV é realizando uma peniscopia, pois permite identificar as lesões suspeitas e coleta de material através da Biópsia Peniana e encaminhar este material colhido para Histologia e Biologia Molecular.

Obs.: Nos locais em que os métodos de Biologia Molecular não estão disponíveis o profissional deve ter um contato mais próximo com o Patologista para evitar laudos inespecíficos sugerindo infecção pelo HPV e aumentem os resultados falsos positivos.

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