HPV – Genotipagem e Biologia Molecular

Os vários tipos e subtipos são classificados, de acordo com a semelhança na seqüência dos nucleotídeos, por meio de técnicas de hibridização molecular. Quando há menos que 50% de semelhança com outros membros, é definido um novo tipo e atribui-se um novo número, na ordem da descoberta. Se a semelhança for maior que 50%, caracteriza-se um novo subtipo e, se próxima de 100%, os vírus são considerados variantes do mesmo tipo. Assim, os HPV são genotipados e não sorotipados.

Um dos maiores problemas para a caracterização e subtipagem dos vírus é a inexistência de cultura celular específica e de um modelo animal suscetível ao HPV. Portanto, seu diagnóstico é feito a partir de informações da estrutura viral e da sua interação com a célula.

Atualmente, mais de 150 tipos são reconhecidos, e a importância clínica disso deve-se ao fato de que tipos diferentes têm sítios de infecção distintos, podendo ser, assim, separados em vírus cutâneos e mucosotrópicos.

Mais de 35 tipos de HPV infectam a região anogenital nos seres humanos e podem causar desde as clássicas verrugas genitais ou condilomas até lesões displásicas de baixo e alto grau, dos quais cerca de 20 deles estão associados com câncer de colo uterino. Os tipos de HPV podem ser separados em vírus de baixo, intermediário ou alto risco, de acordo com o tipo de lesão a que estão mais associados. Os HPV dos subtipos 6, 11, 41, 42, 43 e 44 estão geralmente associados a infecções benignas do trato genital, como o condiloma acuminado ou plano, e estão presentes na maioria das infecções clinicamente aparentes causadas pelo vírus. Normalmente, esses tipos não estão associados a displasias quando examinados pela histopatologia.

Cada tipo viral apresenta maior ou menor potencial oncogênico, sendo encontrado com maior frequência em lesões benignas (vírus de baixo risco) ou em lesões neoplásicas (vírus de alto risco).

Tipos e Subtipos do Vírus do HPV

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A aplicação de métodos de biologia molecular para a identificação de agentes infecciosos vem apresentando rápida evolução nos últimos anos, devido, em grande parte, ao desenvolvimento de novas técnicas de análise do DNA e do RNA. A identificação dos agentes infecciosos é baseada na detecção do DNA ou RNA, que torna possível também a quantificação de bactérias, fungos e vírus num prazo de poucas horas e garante sensibilidade e especificidade elevadas. A lista de microorganismos que podem ser detectados por técnicas moleculares é crescente, assim como o são as alternativas metodológicas.

Na análise do DNA ou RNA, os métodos podem ser divididos genericamente em dois grandes grupos: os de amplificação do material nucléico (em sua maioria métodos de PCR e seus variantes) e os que utilizam amplificação de sinal (nos quais se enquadram os de hibridização, como a captura híbrida e hibridização “in situ”).

Tipos de testes de DNA

  1. Hibridização “in situ”, muito diferente da técnica anterior, utiliza fragmentos de tecidos parafinados ou esfregaços celulares fixados em lâmina; o resultado é analisado em microscópio. Lancaster & Jenson (1987) acreditavam que se tornaria o método mais utilizado. [saiba mais]
  2. PCR (Reação de Polimerase em Cadeia) foi desenvolvida por Mullins (1983) e provocou grande impacto, pois a sua grande sensibilidade permite a amplificação a partir de amostras muito escassas de DNA ou RNA; no entanto essa característica torna o método susceptível à contaminação por material nucleico exógeno ou amplificado de outra amostra (Troffatter, 1997), não sendo aprovado pelo FDA (American Food Administration) para uso comercial.[saiba mais]
  3. Captura híbrida foi desenvolvido em 1992, por Lörincz, a partir de estudos realizados desde 1983 sobre os métodos já existentes. Amplifica o sinal dos híbridos formados, os quais são detectados por reação enzima-substrato, e sua leitura é feita por quimioluminescência. É teste fácil de ser realizado, em curto espaço de tempo, aprovado pelo FDA e pelo Ministério da Saúde para uso comercial. Possui 18 sondas virais e pode detectar dois grupos distintos: grupo A, de baixo risco (6, 11, 42, 43, 44), e grupo B, de alto risco (16, 18, 31, 33, 35, 39, 45, 51, 52, 56, 58, 59 e 68). Sua sensibilidade é de 0,1 cópia de agente por célula. [saiba mais]

O quadro abaixo modificado por TROFFATTER (1997) mostram, respectivamente, as características dos métodos convencionais e as dos testes de DNA para a detecção de infecção de HIV.

Características dos testes de DNA para detecção da infecção por HPV

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